Os primeiros habitantes de Mata foram os índios das tradições Umbu, Humaitá e Tupi-Guarani, que remontam ao século XVII. Por volta de 1632, foi fundada a Redução de São José, com a chegada dos jesuítas e espanhóis.
Em 1836 o Governo Imperial destinou uma légua de sesmaria de campos dessa região a um casal procedente de Pernambuco, que tinha como missão colonizar e povoar a região.
Em 1885 deu-se início a primeira corrente imigratória alemã, que se instalou na localidade de Sertão. Em 1919, com a inauguração da ferrovia que ligava Santa Maria a Jaguari, começou a crescer em torno da Estação Férrea uma no-va vila, chamada Mata, hoje sede do município, por uma leva de imigrantes, principalmente alemães, que desenvolveram o comércio.
Em 1920 chegaram ao povoado os imigrantes italianos, começando assim realmente o desenvolvimento do município, integrando-se aos alemães e nativos que aqui moravam.
Em 1931, o povoado foi elevado à categoria de Vila. Em 1960 foi formada uma Comissão Pró-Emancipação do lugarejo, presidida pelo Mons. Pedro Protásio Wastovski, mas somente em 27/09/1964 foi realizado o plebiscito. A 02/12/1964 foi criado o Munincípio de Mata, começando a existir administrativamente em 1965, com a posse do primeiro prefeito eleito, Angelo André Pa-raboni.
Em 1976, com a chegada do Pe. Daniel Cargnin, pároco de Mata, apreciador de estudos de Paleontologia, passou a conscientizar a população sobre a riqueza fosselífera ali existente, que até o momento era desconhecida. A riqueza fosselífera trata de fósseis vegetais com a idade aproximada de 200 milhões de anos.
Em 1977, por iniciativa do Pe. Daniel Cargnin, comunidade e administração municipal iniciaram a organização de vários pontos turísticos, bem como a divulgação dos mesmos, pois os fósseis vegetais, por serem tão raros no mundo inteiro, deveriam ser conhecidos.
O cenário calmo de Mata hoje é quebrado pelos turistas que enriquecem os ideais da comunidade, que é o de tornar este local um grande centro turístico e patrimônio da humanidade.
O município de Mata possui uma área de 299,70 Km2, com uma população de 5.673 hab. Sua economia está baseada na pecuária e na agricultura.
Mata pode ser vista como o paraíso dos paleontólo-gos. Há 200 milhões de anos, vicejava naquele local uma floresta, na sua maior parte composta de ancestrais da nossa araucária, que chegavam a atingir até 25m de altura e que, por um extraordinário procedimento da natureza, se petrificou.
O processo de fossilização desses vegetais levou milhões de anos, e o que aconteceu, se-gundo a paleontóloga Encarna-ción Villon, da UFSM, foi “uma substituição da matéria orgânica (vegetal) por matéria inor-gânica (mineral) – a sílica co-loidal –, que penetrou no tronco através da água. Cada pedacinho da árvore transformou-se em pedra, a partir do momento em que foi sendo substituído pela sílica coloidal”.
A pequena cidade gaúcha tem ainda outra distinção: ela é a única no mundo a ter calçadas feitas com árvores fossiliza-das datadas de 200 milhões de anos. O chão da praça central, as escadarias das igrejas e até mesmo a pira onde é aceso o fogo simbólico do único colégio de 2º grau da cidade – tudo é feito com árvores fossilizadas. No Museu Municipal de Mata se encontram cerca de 2.500 peças fósseis, algumas delas de animais, como a cabeça de um dicinodonte (espécie de répteis herbívoros ou carnívoros que viveram durante o período triássico – 230 a 180 milhões de anos atrás).
Mata conta, também, com um Jardim Paleobotânico, que foi instalado em 1980 através de convênio entre a Prefeitura e a UFSM. Ali, numa área de 36 mil metros quadrados, os estudiosos e os turistas podem ver in loco os troncos petrificados – a maioria deles em vários pedaços, devido ao peso e à ação do tempo.
Praça Martimiano Eggres da Costa, junto à Igreja Evangélica, vendo-se o majestoso tronco de gymnosperma fossilizado: 11m de comprimento e 1m de espessura, pesando em torno de 15 toneladas.
Praça da Matriz: Igreja Matriz Sto. Antônio, circundada por calçadas e escada-rias de pedras fossilizadas – 1º trabalho com aproveitamento da madeira petrificada em ornamentação no município.